AMADOR BUENO DE RIBEIRA " O ACLAMADO "
AMADOR BUENO DE RIBEIRA
AMADOR BUENO DE RIBEIRA
( 1584 - 1649 )
AMADOR BUENO «DE RIBEIRA» - O
Aclamado (c.1584, São Paulo, SP - depois de 1649). Capitão-Mor
e Ouvidor da Capitania de São Vicente (1627). Foi aclamado
rei, em São Paulo, em 1641 pelo poderoso partido formado de influentes
e ricos castelhanos, como foram
Os três Rendons da cidade
de Coria; - Dom Francisco de Lemos, da cidade de Orens; Dom
Gabriel Ponce de Leon, nat. de Guaira; Dom Bartolomeu de Torales,
de Vila Rica do Paraguai; Dom André de Zunega e seu irmão Dom
Bartolomeu de Contreras y Torales; Dom João de Espínola Gusmão,
da Provincia do Paraguai, e outros que subscreveram o “ Termo
de Aclamação “ em 1.º de Abril de 1641.
Não só recusou essa
honra, que queriam conferir-lhe, mas ainda, com a
espada desembainhada, deu vivas, como leal vassalo, a dom João IV rei de
Portugal, em quem restaurou-se a monarquia portuguesa, depois de
60 anos de sujeição ao domínio dos reis de Castela.
Por esse ato e por outros
serviços que prestou à pátria, legou um nome imorredouro a seus descendentes e
recebeu carta de el-rei agradecendo esse ato de
lealdade (Silva Leme).
Foi um dos paulistas da
maior estimação e respeito, assim na pátria, como
fora dela. Teve grande tratamento e opulência por dominar debaixo de sua
administração muitos centos de índios, que de gentio bárbaro do
sertão se tinham convertido à nossa fé, pela indústria, valor e força das
armas, com que os conquistou AMADOR BUENO em seus reinos e alojamentos.
Ocupou AMADOR BUENO os honrosos Empregos da República a sua
Pátria, tendo as rédeas do Governo dela repetidas vezes; e
sempre o primeiro voto nos acórdãos do bem público e do serviço do rei. Foi
Ouvidor da Capitania de São Vicente, e na Câmara desta Vila, como Cabeça
de Comarca, tomou posse a 11.02.1627.
E neste mesmo ano pediu de
Sesmarias umas terras que se lhe concederam, e na súplica relata haver feito
muitos serviços a Sua Majestade, e haver acudido com suas armas e
escravos em todas as ocasiões de inimigos à Vila de Santos, sempre à sua custa.
Do livro 13.º de
sesmarias, consta que em 31.03.1627 obtivera AMADOR BUENO carta
de data de uma légua de terras nos campos de Juquery, que lhe foi
passada pelo Capitão-Mor Álvaro Luiz do Valle,
Lugar-Tenente do Donatário, por motivos alegados na seguinte petição:
« Diz AMADOR BUENO,
morador na villa de São Paulo, que elle em todas
as ocasiões que se ffereceram do serviço de Sua Magestade e defensão
d'esta Capitania, em occasião de inimigos, acudio com seus
indios e escravos, assistindo n'esta villa de Santos á sua custa,
e ora está servindo de Ouvidor d'esta Capitania de São Vicente
por provisão do Conde de Monsanto, Donatário d'ella, acudindo á
todas as obrigações do dito cargo, indo de uns Juizos para outros,
com muito gasto de sua fazenda, sem haver ordenado nem
estipendido algum com o dito cargo, e é casado e assistente na Villa de
São Paulo e tem muitos filhos e filhas, sem ter terras onde os poder
accommodar e fazer seus mantimentos e trazer suas criações, e ora no termo da
dita Villa de São Paulo, nos campos de Juquery, ha alguns capões e restingas de
mattos maninhos devolutos, para a banda do sertão. Pede a Vossa Mercê que,
attendo o que allega, etc. etc.».
Foi Provedor e Contador
da Fazenda Nacional da dita Capitania por provisão de Diogo Luiz de
Oliveira, datada na Bahia a 06.12.1633, de cuja ocupação tomou posse em Santos,
que lhe deu Pedro da Motta Leite, Capitão-Mor Governador da dita Capitania, a
27.04.1634 (Pedro Taques).
Deixou numerosa
descendência do seu casamento com BERNARDA LUIZ,
filha de Domingos Luiz, «o Carvoeiro» e de Ana Camacho
(Referências: (SL) - Silva Leme, I, 419; (Pedro Taques) - Pedro Taques,
Nobiliário Paul., I,75);
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